Depois da conquista de Lisboa, D.Afonso Henriques destinou que a população árabe se fixasse fora de portas, num arrabalde que passou a chamar-se Mouraria.
De origem moura e composta por uma muralha urbana estreita e labiríntica, na Mouraria tiveram grande importância as actividades ligadas à cerâmica e à produção de azeite, como se pode constatar pelo nome de alguma algumas das suas ruas-Rua dos Lagares, das Olarias, da Amendoeira, Travessa do Terreirinho (antigamente a Rua dos Almocreves), porque aqui se instalaram negociantes de azeite, a Rua Marquês de Ponte de Lima, que se chamou outrora Rua das Tendas, o local escolhido no séc.xvi, para mercado de loiça de barro.
Calcorreando o bairro, ainda podemos ver a Rua do Capelão, a Rua Marquês do Alegrete e o Largo da Achada, este último de fortes características medievais.
Numa das suas ruas mais castiças, a Rua do Capelão, viveu a Severa, essa imagem típica do fado, cuja relação amorosa com o Conde de Vimeiro, exímio cavaleiro tauromáquico, fez correr muita tinta, sendo amplamente representada na pintura e posteriormente no cinema.
Com recantos que encerram pedaços da cidade, é na Mouraria que se encontram alicerçadas as mais típicas tradições alfacinhas e que se constata uma vincada identidade bairrista.
O Bairro da Mouraria engloba ainda uma área aristocrática, onde se destacam o Colégio dos Meninos Órfãos e os Palácios do Marquês de Alegrete, do Marquês de Tancos e o Palácio da Rosa, este último riquíssimo em azulejaria.
Não se pode falar da Mouraria, sem se mencionar a Capelinha da Senhora da Saúde.
Neste local erguia-se a Ermida de S. Sebastião, protector das pestes, cuja edificação remonta ao séc.xvi e se deve aos artilheiros de Lisboa. Só em 1662 passou a chamar-se Nossa Senhora da Saúde, nome que ainda hoje se mantém.
A procissão da Senhora da Saúde realizou-se pela 1ªvez em 1570 e ainda hoje é um dos principais acontecimentos no Bairro da Mouraria.
A Capelinha da Senhora da Saúde localiza-se no Largo do Martim Moniz.
Com as recentes urbanizações que tem sofrido descaracterizaram-no por completo.
Sem comentários:
Enviar um comentário