O COMEÇO
Ao segundo dia do último mês do quadragésimo terceiro ano do século vinte, nasceu em Lisboa, no Hospital de S. José, enfermaria de Santa Barbara, julga-se, na cama 12, entre as vinte e as vinte e quarenta e cinco horas, uma criança do sexo masculino, oriundo de uma família tradicional, com um peso considerado normal, a quem os padrinhos de acordo com a família deram o nome CARLOS BRUNO.
Na época, os nomes eram dados aos nascidos, ou por tradição de família, ou em atenção e respeito pelos padrinhos, no caso não foi nem por uma nem por outra razão, mas sim, porque o meu padrinho era uma pessoa considerada, entre outras boas características, ter muitos conhecimentos e reconhecida inteligência logo todos gostariam, à época, se reflectisse no menino tão excelsas características.
Quanto ao sobrenome a razão foi outra, para além de familiar, também porque havia uma pessoa muito próxima que tinha como nome próprio este e era um cidadão, de elevada estatura moral e cívica exemplo de bondade e coragem física que todos gostariam de ver reflectida na vida futura desta criança.
Mas uma coisa é o que se escreve nos livros de registo das conservatórias, outra são os factores condicionantes resultantes, julga-se, da posição relativa dos planetas no momento do nascimento que condicionam o carácter e de certo modo a sorte da pessoa.
Porém tive uma infância em que não me faltou o essencial para viver e ser feliz.
Texto escrito por: FIS
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